Ninfa Parreiras
Travessia
de menina-mulher
sopravam
bons ventos
em
Stuttgart, Alto Reno
15 de
maio de 1891
primavera
no Hemisfério Norte
brotações
em solo alemão
nascia
a pequena Jella
a filha
mais velha
de
Josef e Flora Lehmann
distrações
de menina
contos
maravilhosos
troca-troca
de personagens
nos ilustrados
livros
brincava
de fazer pontes
juntava
uma cadeira n’outra
travessias
de ternura
encadeava
conto n’outro conto
sonhava
semear leituras
abrir
livros em asas de borboletas
voos
baixos, livre voo
por
narrativas ancestrais
aos 17
anos, começa a promover cultura
organizou
a sala internacional de leitura
acervos
de histórias mil
pros
filhos de operários estrangeiros
Jella
planta livros
na
fábrica de cigarros
colhia
letras pros desfavorecidos
Semeava
buquês de palavras
viveu
as primeiras aventuras no jornalismo
resenhas,
comentários de livros
entrevistas,
artigos, estudos literários
cultivou
a voz das mulheres
sofre
um baque em 1911
quando
o pai partiu
em
1913
casa-se
com Gustav Horace Lepman
nasceram
dois filhos da união:
Anne-Marie,
em 1918
e Günther,
em 1921
infâncias
reaquecem o olhar da jardineira de textos
durante
a Primeira Guerra Mundial
Gustav
serviu o exército alemão
nos
campos de batalha na França
adoentado,
retornou em 1922
Jella Lepman
fica viúva aos 31
começou a entrar de cabeça
no solo profissional
dando corda aos sonhos
Travessia
de mãe-profissional
Nos
anos de guerra, novos cultivos
enfermeira
de crianças
editora
do principal jornal de Stuttgart
primeira
mulher neste cargo
contribuições
sociopolíticas
em
1927, outro pioneirismo
inaugurou
o suplemento no jornal:
Mulheres
em casa, na profissão e na sociedade
Publicou
o primeiro livro infantil
em 1927,
ilustrado por Hermann Gradl
uma
peça teatral pra crianças em 1929
apresentada
na Alemanha e na Suíça.
1933 tomada
do poder nazista
Jella perdeu
o emprego no jornal.
seguiu
lavrando de modo independente
foge
com os filhos pra Inglaterra em 1936
Assumiu
trabalhos
jornalísticos
e literários.
Trabalhou
pra BBC
Pra
Estação americana de notícias na Europa.
Travessia
de pacifista
Finda a
Segunda Guerra Mundial
É convidada
pelo exército norte-americano
a
retornar à Alemanha
nascia
a consultora cultural e educacional.
Programa
de Reeducação da zona ocupada
responsável
por reintegrar mulheres e jovens.
Morou na
pequena Bad Homburg vor der Höhe
E em
Munique.
Jella foi
conduzida pelas ruínas
em um
jipe
além
de comida, roupas e abrigo
as
crianças careciam de livros
foram
destruídos ou desapareceram.
Empreendeu
novo cultivo
Paz,
esperança e tolerância
pras
crianças e suas famílias.
Sensibilizada
com a fome de leitura
escreveu
cartas pra editoras e embaixadas
pediu
doações de obras literárias.
Criou
vida pra percorrer a destruída Alemanha.
Em
1946, a primeira exposição internacional do pós-guerra
Milhares
de livros de 14 países.
itinerância
nas cidades alemãs
conhecida
por mais de um milhão de pessoas.
Buscou
recursos na Fundação Rockefeller
pra montar
uma casa de livros do mundo todo.
em
1949, abriu a Biblioteca Internacional da Juventude, dirigiu até 1957
hoje,
um acervo de mais de 600.000 livros em mais de 150 idiomas.
Os atentos
olhos de Jella viram:
as
crianças queriam um livro pra tocar e guardar
narrativas
pra embalar seus sonos
Ela
traduziu uma história pro alemão
conseguiu
um jornal
imprimiram
30.000 exemplares
e distribuíram
às crianças
floradas
semeadas
doações
continuam chegando de várias partes
realimentam
a crença de Jella
os
livros podem sim
tornar
o mundo um lugar pacífico.
Durante
a reconstrução da Alemanha
Ela colocou
histórias nas mãos das crianças
o
plantio da aposta no futuro
construiu
pontes pela paz
Em
1952, fez a conferência internacional por meio dos livros
Fundou
o International Board on Books for Young People (IBBY)
em
Zurique, em 1953.
Lepman
registrou isso no seu autobiográfico
Uma
ponte de livros infantis.
uma
das idealizadoras do Prêmio Hans Christian Andersen
o mais
importante de literatura infantil e juvenil do mundo.
foi
presidente do júri de 1956 a 1960.
escreveu
obras infantis, coleções de histórias pra dormir
Seus
livros traduzidos pra diversas línguas.
Travessia
de memória
A
Biblioteca Internacional da Juventude é ilha de liberdade pras crianças e
jovens
Lepman
morreu em 1970 (04 outubro) aos 79 anos em Zurique
Há uma
rua com o seu nome em Stuttgart
uma
sala na biblioteca pública na Mailänder-Platz.
Em
Munique, uma rua e uma creche
Desde
o 100º aniversário de Lepman, o IBBY concede a "Medalha Jella-Lepman"
a profissionais que contribuem pra literatura infantil.
Em
cada obra publicada no mundo
Há viços
de Jella, a patrona dos livros pras infâncias
ela
assumiu como missão
cuidar
de crianças e jovens traumatizados pela guerra
Não
com doces nem com chicletes
mas
com a fantasia da leitura
“Vamos
começar com as crianças para endireitar lentamente este mundo totalmente
confuso. As crianças mostrarão o caminho aos adultos.”
(fotos: pesquisa na internet)