A QUARTA MARGEM DO RIO
Onde está a outra margem?
A dos trilhos
A do escoamento da borracha
A margem vermelha
Rodeada de verde centenário
Perfurada de cravos enferrujados
Ficaram os dormentes
A dormir, a sorrir
A contar causos
Da mulher amarela
Do oceano distante
Do rio embarrado
Histórias de onças
De botos
Correntezas
A quarta margem
Mora dentro de cada um
A memória
Do rio madeira
De água tremenda
De igarapés labirínticos.
(Foto: arquivos do norte, inverno 2011, Porto Velho)
Pra Glória e pro Edson, do tamanho da generosidade deles