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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tapetes ao Sol

Tapetes ao Sol

                                                     Ninfa Parreiras


Cedo tarde a luz chega
Caminha lenta, e tenta
Em ruídos, nos inunda de emoção
Nos faz chorar
Nos faz acordar
Para os tecidos da vida


Em Marrocos
Os tapetes descansam ao sol
Galeria a céu aberto
Conjugam o deserto
As especiarias
Vida e morte


Na praça
Há lugar para todos
Desdentados, artesãos
Moças, véus
A praça acolhe a gente
Ilumina a solidão


Promete mais dias de cores
Transforma o feio em beleza
Faz das frutas
Natureza viva
Toma o abandono
Abraça o amanhã.

Para o Volnei Canônica, nestes dias de perda: uma praça, tapetes, luz...


(foto: arquivo pessoal, do deserto, Marrakech, 2010)