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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dolce Far Niente

DOLCE FAR NIENTE
                                 
                                                                                  Ninfa Parreiras


abrir um minuto, uma noite
a que hora?
em que lugar?

o tempo: está pra ser inventado
que busca é esta?
a do olhar encadeado

o espaço: por ser criado
o silêncio chiado
no mais interno?

deixar a vida acontecer
ser líquida em cada pedra
ser sólida em cada gota

rasgar os papéis amarelados
incendiar os desbotados
enterrar os esbranquiçados

guardar os escritos
inaugurar o presente
fazer deles a história


inventar uma gramática
da poética do sonho:
a casa do encontro

o tempo de amar.

(foto: arquivo pessoal, Bologna, primavera, 2010)


                                         Pro: Mauro Rotenberg, dolce far niente