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domingo, 22 de junho de 2008

A FUGA


A FUGA

Ele fugiu pela janela
Ela se foi pela porta
Nenhum viu o sol nascer
Nem viu a revoada dos dias. 


O que se vai pela janela...
Onde se esconde?
No porão dos sonhos?
Na claridade da manhã? 


O que se vai pela porta...
Onde escorre?
Na onda de montanhas?
No bosque de marés? 


Pela janela...
Vão-se as horas
Entoam-se cantos
Paredes descobertas. 


Pela porta...
Fecham-se segredos
Fogem toadas
Ficam fechaduras.


A guardar o escuro
A travar o desconhecido
A entoar o cântico
Da manhã.
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(foto: arquivo pessoal, Papagaio, outono de 2007)