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sexta-feira, 25 de março de 2011

IMÃS


















IMÃS

                            Ninfa Parreiras

O que nos resta?
Neste mundo
De consumo, mercados
Sem tapetes mágicos

Muito sucesso
Refletores
Meio minuto
De fama

As relações
Escorrem
Líquidas
Sem vínculos

Seriam os imãs
Guardiões
Dos sonhos?
A refrescar a memória

Ainda sonhamos
Pensamos?
Como entender
O contemporâneo?

Pra Virginia Heine, amiga querida, cujos imãs me trouxeram as palavras.

Foto: arquivo pessoal, primavera em Sevilha, 2010



domingo, 20 de março de 2011

ÁGUAS FLORADAS

ÁGUAS FLORADAS

                                                 Ninfa Parreiras

Caminhos d’água
Pisamos de barco
Tateamos descalços

Deslizamos de leve
Pela sombra
Pelo avesso

Molhamos os sonhos
Encharcamos os guardados
Chega o passado

Ano vai, ano vem
As folhas caem
A chuva lava

Lustra, nutre
Folhas se renovam
Florescem

Cores claras
Escuras
Desbotadas

Flores bordadas
Em árvores
Pontos finos

Em amarelo
O ipê amanhece
Doura a copa

Colore palavras
Cachos e maços
Derramam

Floradas líquidas
Barrocas
Rocas de suor

De ouro
Colorem as calçadas
Carros, telhados

Pintam a cidade
Maquiam cada esquina
Pétalas escorridas

Líquidas
Descem pelas ladeiras
Viram riachos

Correm ao mar
Retornam às nuvens
Nova estação

Das águas
Das brotações
Da vida.

(Foto: arquivos de Tiradentes, MG, verão 2010/2011)
Mensagem criada especialmente para o site Green Nation: 



quinta-feira, 3 de março de 2011

QUE ENCANTA


QUE ENCANTA

                                                                            Ninfa Parreiras

O que encanta no carnaval?
O canto
Lamento
Na rua
A praça
A máscara
A folia
A extravagância
A paquera
O exagero
O deslimite
O disfarce
A fantasia
A graça
Desgraça
Bebida
Em quatro dias
Quatro noites
De desrazão.

Foto: arquivo pessoal, mascarados, carnaval de Olinda 2008