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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A QUARTA MARGEM DO RIO


A QUARTA MARGEM DO RIO
                                                                               Ninfa Parreiras

Onde está a outra margem?
A dos trilhos
A do escoamento da borracha

A margem vermelha
Rodeada de verde centenário
Perfurada de cravos enferrujados

Ficaram os dormentes
A dormir, a sorrir
A contar causos

Da mulher amarela
Do oceano distante
Do rio embarrado

Histórias de onças
De botos
Correntezas

A quarta margem
Mora dentro de cada um
A memória

Do rio madeira
De água tremenda
De igarapés labirínticos.

(Foto: arquivos do norte, inverno 2011, Porto Velho)

Pra Glória e pro Edson, do tamanho da generosidade deles