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sexta-feira, 27 de maio de 2011

O TEMPO ABRIGA O SEMPRE


O tempo abriga o sempre

                                     ninfa parreiras

O tempo traz cartas
O tempo leva palavras
Leve ao vento

O tempo aterrissa fantasias
O tempo voa ao leu
Volta-e-meia

O tempo espera a criança
O tempo brinca de dança
Brinda a vida

O tempo agradece a memória
O tempo anoitece a dor
Amanhece a história

O tempo destempera
As mágoas, manhas
As dores, as flores

De tempo em tempo
Têmpera sobre papel
Vegetal de sonhos.

Para a Ruth Cnop Goldemberg, aos 87!

Foto: arquivo pessoal, peças do artista Osmar Costa, verão 2010, Tiradentes 

RUTH E O VENTO DE AMAR

Ruth e o vento de amar


                                            ninfa parreiras

Princesa Moabita
Renuncia o título real
A vida de nobreza

Um grande amor
Batalhas
Mudanças

As dificuldades
As tristezas
As perdas

Uma vida nova
Reconstrução
Integração

Ruth menina
Brincar
Transição

Ruth mulher
Trabalho
Acolhimento

Ruth mãe
Cuidado
Proteção

Ruth Pitonisa
Pelas cartas
Mensagens

Miragens
Sonhos
Vento de amar.


Para a Ruth Cnop Goldemberg, pelos 87 bem vividos!

Foto: arquivo pessoal, verão em Porto Alegre, 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

SEA

Sea

                   ninfa parreiras

S
Sea  
Sea sea sea
See the air
See the sea
See the sky
See the water
See the wing
See the wind
See the wave
See the be
See the beach
See the breeze
See the key
See the tide
See the sand
See see see
See you
S

foto: arquivo pessoal, Algarve, Portugal, primavera, 2010



quinta-feira, 19 de maio de 2011

DE BARCARENA


De Barcarena
                                                                            
                                                                                Ninfa Parreiras
De Barca
Sobre a Arena
Parte a menina
Deixa a Cabanagem
Porto de Vila do Conde
O açaí

Ficam os cipós
As talas de guarumã
O jupati
A piaçaba
O nó de taperebazeiro
Os bambus

Dos Aruãs aos Cabanos
Toma o Ita
Mais de vinte dias
Entre um porto
Outro porto
Deslizando ao sul

Saudade vem
Farinha do norte
Pirarucu
Aromas e sabores
Palmeiras e sementes
Leito de mãe tacacá

Dor ali dor aqui
Um santo remédio
De volta ao Ver-o-Peso
Belém
Blém, blém blém
São oitenta anos!

(Pra Cinézia, aos 80, do norte ao sul...)

foto: arquivo pessoal, Minas Gerais, 2009

segunda-feira, 16 de maio de 2011

estrofes líquidas

estrofes líquidas

                                                        Ninfa Parreiras

as letras fugiram
papel vazio
sem linhas
sem matérias

papel furado
palavra soprada
onde a vírgula?
e os acentos?

pelo vento
voam vazam
as palavras
as curvas

as dúvidas
escondem-se
entre dobras
nós

as letras
cantatas
a tatear
ao mar

onde as estrofes?
escoam
descem
viram espuma

em ondas
bailam
em banhos
d’água doce.

pro gil, do outro lado do oceano

(Foto arquivo pessoal: Atlântico no Algarve, primavera 2010)




sábado, 7 de maio de 2011

Ritrato di una vecchia donna


Ritrato di una vecchia donna

Ninfa Parreiras

Come?
Una vecchia donna?
Era giovane e bele

Come un uccello in movimento
Le ali volavano
Le piume brillano

La giovane ragazza
Si era alzata
I giorni e le notte

La giovane donna
Era un mistero di bellezza
Un tempo senza fine

Un volo
Per attraversare l'infinito
La vita

Ora che cosa?
Una vecchia
Magra, rugosa

Senza curve
Un profumo buio
Una voce avvilita

Oggi, la signora
Lei non cammina più
Una vecchia donna. 

Foto: arquivo pessoal, Gramado, RS, verão 2011