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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Perder de Vista


(Vista Chinesa, Rio de Janeiro)

Perder de vista

Acordar a manhã
Com copo de neblina
Neve na linha do tempo
Leve e lisa
Vela ao vento
Meu corpo
Seu sopro
Lenço pras lágrimas
Lá as rimas
No distante dos morros
E das curvas
A perder de vista.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Café em Gotas


















Café em Gotas
Ninfa Parreiras

Em gotas de mim
Em Minas
O mar
O morro
A mata.

Em gotas de mim
Ramas
Somas
Serras
Minas.

Café com chuva
Mineral
Na roça
De mim
Em Minas.

foto: arquivo pessoal, Papagaio, 2008




O que é novo no Ano Novo?

(Foto: Panacéia, em Itaúna, 2008, Ninfa Parreiras)

O que é novo no Ano Novo?

O ano
A hora nona
O novo do dia
O noivo da noite
A novidade do olhar


Que o Ano Novo desperte
As lembranças adormecidas
Os sonhos preguiçosos
Os planos engavetados
As saudades trancadas

Que o Novo venha de lá
Do dentro de você
Das coisas guardadas
Daquelas que você não abriu
Daquelas que você ainda nem recebeu

As palavras que juntamos
Os barcos que partiram
A dor que não apagamos
Os ruídos do silêncio
Os caminhos que ficaram

Moram dentro do novo
Do novo da fala
Do novo da sala
Do novo da mala
Do novo do ano

Do Novo que não despontou
A ser descoberto
A ser descascado
A ser desdobrado
A Nascer.

Bambus em Minas

Bambus em Minas


Verticais
Em linhas retas
Os bambus escrevem
Letras esverdeadas
Palavras de Minas
Códigos
Córregos
Desaguam no Rio.


(foto: arquivo pessoal, Itaúna, janeiro de 2008)